Soft Power Americano em Crise: O financiamento do soft power sempre foi uma estratégia para manter os interesses dos EUA ao redor do mundo, mas com o novo governo Trump, a influência americana entra em declínio? O fim da USAID marcará uma nova era ou abrirá espaço para China e Rússia dominarem a geopolítica global?

A USAID, criada em 1961, sempre foi um dos principais instrumentos de “soft power” dos EUA, com a missão oficial de promover o desenvolvimento global. Mas será que esse é seu verdadeiro papel?
Nos últimos anos, a agência tem sido acusada de agir como um braço da política externa americana, influenciando eleições e governos. Seu financiamento frequentemente beneficia grupos alinhados a Washington, levantando suspeitas de interferência política.
Além disso, há denúncias de que a USAID financia ONGs e colabora com plataformas digitais para censurar e controlar informações.
Agora, com o novo governo Trump, a agência está sob forte escrutínio. A Casa Branca ordenou uma revisão drástica de suas operações, suspendendo programas e até cogitando sua desativação.
Diante desse cenário, fica a pergunta: a USAID é um verdadeiro instrumento de ajuda humanitária ou apenas uma ferramenta de influência ideológica?
Entre Ajuda Humanitária e Interferência Política

Durante a Guerra Fria, a USAID ajudou a minar governos contrários a Washington, financiando grupos políticos e ONGs alinhadas ao Ocidente, muitas vezes em colaboração com a CIA.
Essa atuação se intensificou nas décadas seguintes, com acusações de apoio a mudanças de regime em países como Venezuela, Ucrânia e Bolívia.
Embora se apresente como uma agência de desenvolvimento e Direitos Humanos, documentos revelam que a USAID serviu como ferramenta de influência política, financiando reformas estratégicas para grupos globalistas americanos.
A ajuda humanitária tornou-se um pretexto para promover interesses ocultos. Além de repasses diretos, a agência utilizou ONGs para impulsionar agendas alinhadas à política externa dos EUA, chegando a financiar protestos e influenciar eleições.
Assim, consolidou-se como peça-chave do “soft power” americano, operando na fronteira entre assistência e intervenção política.
Como apontou Thomas Sowell:
“Grande parte da história social do mundo ocidental envolveu substituir o que funcionava pelo que parecia bom.”
É possível dizer que por muitas vezes, intervenções e investimentos não foram baseados em resultados concretos ou necessidades reais, mas sim em ideias ou ideologias que pareciam boas no papel.
A mudança de foco da ajuda humanitária para a promoção de agendas ideológicas, como “woke” ou agendas progressistas e mecanismos de censura, refletem esse dilema de substituir o que funcionava por algo mais alinhado com valores e narrativas que não necessariamente promovem a estabilidade ou os interesses de longo prazo dos países-alvo.
As políticas externas, quando simplificadas demais para se alinharem com narrativas ideológicas, podem distorcer a realidade e criar conflitos desnecessários, como se viu em diversas operações de “soft power” que nem sempre consideraram as dinâmicas das políticas locais.
USAID: Influência Eleitoral e Controle Político

Investigações recentes apontam que a USAID tem atuado diretamente na manipulação de processos eleitorais em países estratégicos.
Documentos vazados e denúncias indicam que a agência financia campanhas políticas e militares, tanto no exterior quanto nos próprios EUA, com um viés ideológico cada vez mais evidente.
Durante o governo Biden, essa influência se intensificou. A USAID ampliou o financiamento de ONGs e veículos de mídia para impulsionar narrativas alinhadas aos interesses de burocratas e globalistas, pressionando governos que não seguem a “nova agenda” de Washington.
No Brasil, há indícios de que a USAID financiou grupos políticos e influenciadores antes das eleições de 2022. Se confirmado, isso representaria uma violação da soberania nacional? O que você acha?
Na América Latina, Bolívia e Venezuela já denunciaram a USAID por apoiar a oposição e fomentar protestos contra governos eleitos. Na Ucrânia, a agência teve papel ativo nos eventos de 2014 que levaram à queda do governo pró-Rússia.
Além do financiamento direto, a USAID aparentemente operou com a CIA, usando organizações de fachada para canalizar recursos a grupos políticos e midiáticos. Essas ações minam a soberania dos países e consolidam a agência como peça-chave na estratégia de dominação geopolítica.
Afinal, a USAID é realmente uma promotora do desenvolvimento ou um mecanismo de influência política disfarçado?
USAID e o Controle da Informação: Censura Disfarçada?

Nos últimos anos, a USAID ampliou sua atuação para além da assistência humanitária, tornando-se uma peça-chave no controle de narrativas globais.
Sob o pretexto de combater a desinformação e proteger a democracia, a agência firmou parcerias com plataformas digitais e influenciadores para moldar a opinião pública—e, em muitos casos, restringir a liberdade de expressão.
Com o avanço da chamada “agenda woke” e do progressismo, a USAID financiou projetos que amplificaram vozes alinhadas aos seus interesses, ao mesmo tempo em que silenciava opositores.
Seu poder financeiro foi usado para direcionar discursos, tornando o debate público cada vez mais controlado.
Além disso, a agência investiu na formação de jornalistas e na criação de veículos de mídia alinhados à sua estratégia de influência. O discurso da liberdade de imprensa serviu de justificativa para financiar grupos que promoviam suas narrativas, enquanto veículos independentes enfrentavam desmonetização, shadowban e bloqueios.
Fica claro que o soft power americano não se limitou à diplomacia, mas se expandiu para o controle da informação, afetando eleições, políticas públicas e a soberania de diversos países.
Diante desse cenário, será que estamos diante de um esforço legítimo contra a desinformação ou de um projeto de censura global?
Soft Power Americano em Crise?

O retorno de Trump à Casa Branca trouxe uma guinada na política externa dos EUA, incluindo o desmonte da USAID. Com a Ordem Executiva 14169, o novo governo cortou financiamentos da agência, alegando contenção de gastos e combate à corrupção.
A medida gerou resistência dentro do establishment, especialmente entre grupos beneficiados pelos investimentos da USAID. Elon Musk, utilizando sua plataforma, expôs documentos que apontavam a atuação da agência na censura e manipulação política.
Em parceria com o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), aliado do governo Trump, Musk impulsionou auditorias que revelaram contratos suspeitos e repasses para ONGs e empresas de tecnologia envolvidas na moderação de conteúdo online.
A USAID agora enfrenta sua maior crise: demissões em massa, cortes de parcerias e incerteza sobre seu futuro.
Aliados históricos dos EUA temem o impacto da retirada abrupta de recursos, enquanto adversários como China e Rússia veem uma oportunidade para expandir influência.
Pequim, com sua Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI), e Moscou, por meio de acordos militares e energéticos, podem ocupar o espaço deixado pelos EUA.
Sem a USAID, países da América Latina, África e Sudeste Asiático podem buscar novos parceiros, reduzindo a dependência de Washington e afetando comércio, defesa e tecnologia.
Para evitar um colapso do soft power americano, o governo Trump poderia adotar estratégias como:
- Criar uma nova agência focada na transparência e eficiência, alinhada à sua administração.
- Incentivar parcerias público-privadas para que grandes corporações americanas financiem projetos globais.
- Firmar acordos bilaterais diretos, substituindo o financiamento de ONGs por investimentos controlados entre governos.
- Expandir o DOGE, garantindo que investimentos internacionais sirvam diretamente aos interesses dos EUA.
Se implementadas, essas ações poderiam preservar a influência americana e impedir que rivais assumam o controle do cenário geopolítico.
O Governo Trump e a Nova Ordem Global

O governo Trump não apenas encerrou a USAID como conhecemos, mas abriu caminho para uma reorganização do sistema de interesses norte-americano (se essa ação foi boa, só saberemos com o tempo).
Mas essa reestruturação garantirá uma influência mais forte e eficaz para os EUA? Ou abrirá espaço para que seus principais adversários geopolíticos dominem o tabuleiro global?
Durante décadas, a USAID operou como um dos principais braços do soft power americano, financiando projetos, ONGs e mídias alinhadas a uma visão progressista do mundo.
Seu desmonte não significa apenas uma redução da influência dos EUA, mas sim uma redefinição de prioridades. A nova abordagem buscará mais eficiência? Ou os EUA correm o risco de perder sua posição estratégica para China e Rússia?—Esse é um dos debates do momento.
A USAID, antes acusada de interferir em eleições e manipular narrativas políticas, poderá ser substituída por uma estratégia mais direta e pragmática.
Parcerias com setores privados, acordos bilaterais transparentes e um foco renovado em segurança nacional podem garantir que os recursos americanos sejam utilizados de forma mais eficaz, sem alimentar estruturas dispendiosas de retorno duvidoso.
A eliminação da agenda woke como eixo central da política externa dos EUA pode marcar uma guinada significativa.
Afinal, por anos, critérios ideológicos foram impostos como condição para financiamentos e parcerias, afastando aliados mais conservadores e gerando críticas de interferência política. Será essa a chave para uma diplomacia mais realista e estratégica?
Douglas Murray, comentarista britânico, afirmou:
“O grande objetivo da política moderna não é resolver problemas, mas criar a ilusão de resolvê-los.”
Embora as iniciativas da USAID tivessem intenções nobres, muitas vezes criaram a ilusão de solução para desafios complexos.
O soft power não é um erro—mas quando atrelado a agendas ideológicas, pode servir mais para projetar uma imagem positiva dos EUA do que para resolver pautas essenciais como Direitos Humanos, desenvolvimento sustentável ou ajuda humanitária.
Quais serão as próximas batalhas geopolíticas? Por quanto tempo os EUA poderão sustentar essa nova ordem? A reorganização do sistema garantirá maior autonomia e controle sobre seus investimentos internacionais?—Meus caros, só o tempo irá dizer!
Finalizo dizendo que o que estamos testemunhando não é apenas o fim de uma agência, mas possivelmente o início de uma nova estratégia global dos EUA—uma que pode redefinir seu papel no mundo e testar os limites de sua influência em um cenário geopolítico cada vez mais competitivo.
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