Descubra como a ONU lidera a governança digital global com ética, inclusão e cooperação no cenário da inteligência artificial e inovação tecnológica.

Imagine um mundo onde a inteligência artificial decide quem recebe um empréstimo, qual conteúdo você vê online ou até quem tem acesso a serviços públicos. Agora, pense nas implicações disso. Essas decisões são tomadas, muitas vezes, sem transparência, ética ou diálogo internacional.
Diante desse cenário, a ONU surge como protagonista na construção de uma governança digital global. Mas como exatamente a ONU faz isso? E o que está em jogo?
Por que a governança digital importa?
A tecnologia digital avança em velocidade vertiginosa. A inteligência artificial já ultrapassou o campo da ficção científica para se tornar parte do cotidiano — desde assistentes virtuais até diagnósticos médicos.
Só que, ao mesmo tempo, essas tecnologias operam em uma arena sem fronteiras, enquanto as leis e regulações ainda são moldadas em ritmos nacionais. Eis o dilema: quem regula o digital em escala global? A resposta, cada vez mais, passa pela ONU.
Coordenação global necessária
A ONU tem assumido um papel de coordenadora nesse complexo quebra-cabeça. Por isso, sua atuação busca equilibrar normas universais com respeito às particularidades locais. Além disso, é fundamental garantir que os direitos fundamentais não sejam negligenciados.
Afinal, o que acontece em um país conectado à internet pode ter impacto direto em outro — seja um vazamento de dados, uma campanha de desinformação ou uma inovação disruptiva.
Tendências na Governança Digital da ONU

1. Pacto Digital Global
Setembro de 2024 marcou um ponto de virada. Com o lançamento do Pacto Digital Global, como parte do Pacto para o Futuro, a ONU apresentou um plano ousado: conectar o mundo inteiro à internet, ancorar o digital nos direitos humanos, fomentar uma IA ética e abrir o acesso a dados de maneira segura.
O Pacto Digital Global não é apenas um documento. Na verdade, ele representa um convite à ação coletiva.
Com isso, busca-se conectar o mundo, proteger direitos e incentivar a inovação ética.
2. Inclusão digital em foco
A ONU está trabalhando para eliminar as limitações digitais, ampliando o acesso à internet e promovendo a alfabetização digital. Não basta ter acesso: é preciso entender, participar, decidir. Nesse sentido, a ONU trabalha para que o digital seja uma ponte e não um abismo.
3. Cooperação multissetorial
Outro ponto alto: a ONU propõe uma governança digital colaborativa. Governos, empresas, sociedade civil, academia e cidadãos precisam estar na mesma mesa. O digital muda rápido demais para uma abordagem centralizada. O futuro exige agilidade e escuta ativa.
Casos que inspiram
Esses princípios não vivem apenas no papel. Veja dois exemplos onde a atuação da ONU tem impacto direto no mundo real:
Direitos Humanos online
A ONU defende, com firmeza, a liberdade de expressão, o combate à discriminação e a proteção da privacidade no ambiente digital. Isso significa pressionar por leis que impeçam a vigilância em massa, defender jornalistas perseguidos e garantir que a internet continue sendo um espaço plural e livre.
Inovação com responsabilidade
O Pacto Digital também se preocupa em equilibrar inovação e proteção social. A ONU propõe políticas que incentivem a concorrência justa e protejam consumidores diante de um mercado digital em expansão. Inovar, sim. Mas com propósito.
Desafios da ONU e Governança Digital

1. Divergências políticas
Nem todos os países compartilham a mesma visão. Por exemplo, a Rússia se opõe ao que chama de interferência, dificultando acordos multilaterais. Além disso, há o risco da fragmentação digital, com países adotando regras próprias e incompatíveis entre si.
2. Fragmentação digital
Outro risco é a “balcanização da internet”, onde cada país segue sua própria lógica regulatória, criando barreiras que podem comprometer a interoperabilidade global e dificultar a cooperação. A missão da ONU é justamente evitar esse colapso em pequenas internets desconectadas.
Um olhar para o futuro
Apesar das pedras no caminho, a ONU segue firme com o Pacto Digital Global como farol para uma nova era digital. O objetivo? Criar um ambiente tecnológico inclusivo, justo, ético e seguro, onde a inovação beneficie a todos — não apenas os já privilegiados.
Esse pacto não é estático. Ele está vivo, em constante adaptação, aberto ao diálogo com novas gerações, novas tecnologias e novas necessidades. É o primeiro esboço de uma Constituição Digital Global.
E agora, quem faz isso acontecer?
A ONU atua como grande articuladora de princípios e práticas que possam reger o universo digital global. Sua abordagem combina visão estratégica com escuta ativa, reunindo vozes diversas para moldar uma realidade digital mais justa.
Claro, ainda há muito por fazer. A direção está traçada: governança digital com base em direitos, inclusão e ética. Contudo, a ausência de mecanismos legais vinculantes impõe limites. Ainda assim, a ONU continua articulando soluções viáveis para um mundo mais conectado e justo.
Se a ONU define as trilhas, quem são os guias nessa jornada? É aqui que entra uma nova figura profissional: o Diplomata Digital.
Quer saber como é o dia a dia, os desafios e o impacto de quem atua nesse novo campo da diplomacia internacional?
Então prepare-se. No próximo artigo, vamos desvendar: O que faz um Diplomata Digital na prática?
Fique por perto. A próxima fronteira está só começando.
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Você sabe o que é OSINT? Entenda como a OSINT é usada na Diplomacia Digital para redefinir o cenário global e fortalecer a ação diplomática, leia o artigo completo AQUI.